Chikungunya: Conheça tudo sobre a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti

Chikungunya: Conheça tudo sobre a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti

Quando se fala em Aedes aegypti a primeira coisa que vem a mente é a dengue, mas não se engane, pois este mosquito pode transmitir três doenças distintas. É muito importante reconhecer os sintomas e se precaver antes de sua aparição ou para evitar o contato com este mosquito.

Hoje vamos falar da doença chikungunya que é uma das três doenças transmitida pelo Aedes aegypti, esta doença vem crescendo de maneira alarmante, por isso é crucial saber como trata-la de maneira adequada e também conhecer os sintomas que a mesma pode causar.

O que é Chikungunya?

chikungunya doença transmitida pelo aedes aegypti

Chikungunya ou febre chikungunya é uma doença transmitida por um vírus de mesmo nome, transmitida para os seres humanos através de uma picada de um mosquito infectado. Foi descrita pela primeira vez em 1952 na Tanzânia e pouco tempo depois foi descoberto que se tratava de uma doença endêmica na África. Desde então se tornou um vírus conhecido há décadas e que afeta principalmente os países tropicais onde os números de pessoas afetadas são maiores.

No Brasil em 2015 o número de casos de Dengue foi o segundo maior só perdendo para o ano de 1990 e foi também recordista em casos de Zica vírus e Chikungunya. Em 2016 os casos de Chikungunya superaram os casos de Zica vírus.

O que Causa Chikungunya?

O que causa esta doença é um vírus que se chama chikungunya (o mesmo nome da doença) da família dos togaviridae. Estes vírus são conhecidos há muito tempo por causar afecções que são transmitidas através de picadas de artrópodes. Este vírus não é transmitido de pessoa a pessoa. Seu contágio é sempre através de mosquitos. Aedes aegypti e Aedes albopictus.

O mosquito adquire o vírus ao picar uma pessoa infectada e o conserva em seu trato digestivo durante um tempo desconhecido. Depois o mosquito infectado pica outra pessoa e injeta o vírus na corrente sanguínea. De lá o vírus é espalhado por todo o corpo. Isto produz uma reação imunológica com produção de muitas toxinas e substâncias que promovem a resposta imune para eliminar o vírus. Isto provoca um quadro clínico complicado na pessoa que sofre com febre e mal-estar.

Sintomas da Chikungunya

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A Chikungunya se caracteriza pela aparição súbita de febre, geralmente acompanhada de dores articulares. Outro sinal e sintomas frequentes são:

  • – Dores musculares
  • – Dores de cabeça
  • – Náuseas
  • – Cansaço
  • – Erupções cutâneas

As dores articulares podem ser muito fortes, mas geralmente desaparecem em poucos dias, porém também podem durar semanas. Já que o vírus pode causar uma doença aguda, subaguda ou crônica.

A maioria dos pacientes se recupera completamente, mas em alguns casos as dores articulares podem durar vários meses, ou inclusive anos. Foram descritos casos ocasionais com complicações oculares, neurológicas e cardíacas e também com dores gastrointestinais. As complicações graves não são frequentes, mas em pessoas idosas a doença pode contribuir para a morte. Em muitos casos os pacientes têm sintomas leves e a infecção pode passar despercebida ou ser diagnosticada como dengue em área onde a doença é mais frequente.

Como diagnósticar a Chikungunya?

As manifestações clínicas da febre chikungunya são muito inespecíficas. Não há sintomas muito característicos que façam suspeitar que uma pessoa sofra desta doença em uma primeira avaliação, por isso é difícil que o médico diagnostique a chikungunya diretamente.

Você deve considerar esta doença nas possíveis situações:

  • – Febre alta em pessoas que viajaram para áreas de maior rico e que apresentem temperatura maior que 38,5°C sobre tudo se acompanha dores articulares.
  • – Sintomas parecidos a dengue ou a malária, havendo descartado ambas (febre muito alta, erupção cutânea, artrite, etc)

Nas analises de sangue pode haver alteração de parâmetros que indiquem infecção. No caso da chikungunya é mais frequente a leucopenia (a redução dos leucócitos) que a leucocitose (seu aumento); as plaquetas também podem estar mais baixas que o normal. Também é comum o aumento de proteína C reativa e a velocidade de sedimentação globular, como em outros processos infecciosos. Muitas vezes pode haver um aumento leve ou moderado das transaminases.

O diagnóstico de confirmação de chikungunya pode ser realizado de duas maneiras. Nos primeiros sete dias desde a aparição dos sintomas pode ser realizado um ensaio de PCR (reação em cadeia da polimerase) para detectar a presença de material genético do vírus. A partir do quarto ou quinto dia aparecem os anticorpos da fase aguda (tipo IgM) no sangue. Sua detecção a partir deste momento com aumento dos títulos e a aparição de IgC (anticorpos que aparecem em uma segunda fase) em duas amostras separadas de soro permitem diagnosticar a chikungunya.

Estas análises não são realizadas em laboratórios de forma rotineira. Nos países com circulação endêmica de chikungunya muitos pacientes não são diagnosticados. Na Europa ou os EUA a chikungunya entra no plano de controle vetorial assim como outro arbovírus de declaração obrigatória como a dengue e o zika para evitar que sua expansão seja ampliada. No geral você terá que recorrer a centros de referencia nacional em diagnóstico microbiológico. De todo modo, quando há o resultado de confirmação o quadro clínico pode ser resolvido, exceto nos casos em de fase crônica.

É importante o diagnóstico diferencial da chikungunya com outras causas de febre como a malária ou a dengue. A malária pode ser um processo muito grave e inclusive mortal e tem um tratamento específico. É importante levar em conta o lugar de residência do paciente, viagens e o lugar de exposição. A dengue e o zica podem ter um quadro clínico indistinguível da chikungunya e são transmitidos nas mesmas áreas pelos mesmos mosquitos. Há casos de pessoas que tiveram dois ou inclusive os três vírus de forma simultânea.

Chikungunya tratamento

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Não existe um tratamento específico para a febre chikungunya. O tratamento que existe só serve para aliviar os sintomas, ou seja, você deve esperar que as próprias defesas do corpo elimine o vírus. O quadro clínico pode ser tratado com medicamentos que aliviam as dores do paciente, sobre tudo analgésicos que diminuam a febre e a dor, como o paracetamol. Os medicamentos como a aspirina e outros anti-inflamatórios devem ser evitados porque podem alterar a coagulação do sangue em quadros clínicos similares de maior risco como a dengue.

Se a dor articular não melhorar podem ser usados medicamentos como o tramadol ou a morfina. Na fase aguda os corticoides não são indicados, mas poderiam ser necessários na fase crônica se está aparecer. É recomendável a prática de exercícios físicos suaves e fisioterapia na fase de recuperação. Se a chikungunya é grave podem ser realizados intervenções mais agressivas, porém são casos excepcionais. Se for necessário, o paciente poderia ter que entrar em uma Unidade de Cuidados Intensivos.

Não existe vacina contra este vírus nos dias de hoje, assim que curar-se da infecção depende do estado de saúde prévio do paciente afetado e dos cuidados de saúde prestados. Em um país desenvolvido com bom tratamento médico é improvável morrer desta infecção.

Atualmente de uma forma geral não são muitas as pesquisas para estudar novos medicamentos e vacinas contra o chikungunya vírus. As principais pesquisas ocorrem nos países mais afetados. Isso acontece porque se trata de uma doença que afeta países em desenvolvimento e não teria interesse para os países mais ricos. Devido isso o melhor que pode ser feito, principalmente nas zonas endêmicas é tentar prevenir a infecção.

Mais informações

Apesar de se tratar de uma doença rara e com pouca probabilidade de morte a chikungunya deve ser levada a sério, assim como a Dengue e o Zica vírus. Você deve buscar ajuda médica se estiver com os sintomas que foram mencionados no ao longo do artigo. Lembre-se também de sempre manter seu domicilio limpo para evitar criadouro do mosquito Aedes aegypti.